A luta atual pelo socialismo
Com base nessas premissas, e tendo em conta a atual correlação de forças no Brasil e no mundo, o partido defende uma persistente luta de resistência e acumulação de forças, elegendo como caminho para a transição para o socialismo a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento.
Este novo projeto nacional de desenvolvimento se apoia em quatro pilares: 1) democracia; 2) progresso social; 3) soberania nacional; e 4) integração solidária latino-americana. Lutar para viabilizar o projeto nacional de desenvolvimento é condição necessária para avançar rumo ao socialismo.
Essa abordagem é produto de uma análise crítica e autocrítica das experiências socialistas vitoriosas (China, Vietnã, República da Coreia, Cuba, Laos) e também das experiências derrotadas, principalmente a da antiga União Soviética. Em suma: aprender com os acertos e com os erros.
O desenvolvimento da teoria marxista não pode se restringir a repetir princípios e dogmas que, válidos em algum momento da história, hoje precisam de atualização. Essa nova abordagem precisa, sempre, levar em conta as particularidades e o nível político, econômico e social de cada país.
A caducidade histórica do capitalismo, a crise atual do imperialismo e o crescimento das lutas populares, democráticas e nacionais abrem novas perspectivas para o movimento revolucionário. Para ser consequente, esse movimento precisa, permanentemente, ter uma teoria avançada e em evolução.
Alguns segmentos do movimento comunista internacional, a pretexto de preservar a fidelidade aos princípios revolucionários, subestimam a estratégica questão nacional. Para eles, temas como soberania nacional, desenvolvimento e integração são considerados manobras diversionistas ou capitulacionistas.
*Escrevo tudo isso a propósito de um artigo que li, da lavra de um importante dirigente comunista europeu, segundo o qual é equívoco "trágico" tanto fazer alianças com setores da burguesia em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento como lutar pela integração latinoamericana.
Para ele, a disjuntiva capitalismo x socialismo só será superada nos marcos da luta capital x trabalho, inexistindo espaço político para soluções desenvolvimentistas. Nessa ótica, desenvolvimento é fazer jogo das classes dominantes, dar fôlego ao capitalismo e não à acumulação de forças pelas transformações.
A também estratégica integração solidária latinoamericana não passa incólume na visão desse camarada. Ele considera a integração uma espécie de armação "imperialista" do Brasil e de seus grandes conglomerados econômicos para açambarcar mercados e riquezes dos países da região.
O engessamento teórico e a rigidez política dificultam a luta transformadora. A independência de classe dos trabalhadores não prescinde das alianças amplas para avançar rumo às grandes transformações. Neste caso em particular, vale lembrar o poeta alemão Goethe; "a teoria é cinzenta, verde é a árvore da vida".
(*) Trecho atualizado
Fonte: http://nivaldoctb.blogspot.com/
Post a Comment