Lula afirma "precisamos globalizar os direitos dos trabalhadores"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no último domingo (3) para uma plateia de cerca de 1500 trabalhadores e foi aplaudido diversas vezes na cidade de Washington, nos EUA, na cerimônia de abertura do Congresso Nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística e Aeroespacial dos EUA, a UAW.
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ex-presidente defende maior participação política dos
trabalhadores e diz que, num mundo globalizado, os direitos trabalhistas
também precisam ser globalizados
Lula estimulou os trabalhadores norte-americanos a
buscarem uma maior participação política em seu país. “Em 30 anos,
construímos o maior partido de esquerda da América Latina”, disse. E foi
apoiado por Bob King, presidente da UAW. “Se o Lula virou presidente,
por que não podemos concorrer a mais cargos eletivos?”. Bob King
apresentou Lula usando uma camisa do Corinthians, que recebeu de
presente do ex-presidente pouco antes da Conferência e se disse
orgulhoso por receber o brasileiro. “Esta noite para mim é uma honra
parecida com receber Nelson Mandela na UAW”, completou.O ex-presidente brasiliero lembrou da importância da organização dos trabalhadores em todo o mundo. “Na era da globalização, precisamos globalizar os direitos dos trabalhadores” e reforçou que a união de trabalhadores não deve ser só por salário, mas também por direitos. “Os trabalhadores precisam defender a si mesmos, não [delegar a] políticos que nunca estiveram num chão de fábrica. Ninguém mais vai defender os trabalhadores, e vocês sabem disso”. E comentou sobre a tentativa de uma fábrica da Nissan, em Mississipi, de bloquear a atividade do sindicato: “Não podemos deixar isso acontecer”.
Lula recordou que a UAW o apoiou quando ele foi preso pelo regime militar. O ex-presidente lembrou momentos de sua carreira como político e como trabalhador. Contou, por exemplo, da conversa que teve com Bush, quando o então presidente americano buscava apoio para a guerra contra o Iraque. “Presidente, meu inimigo não é o Iraque, mas a fome do povo brasileiro”.
Fonte: Instituto Lula
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