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Trabalhador sem-terra é assassinado em ocupação em Maragogi



         maragogiMais um trabalhador rural foi assassinado na noite da última segunda-feira (14).
O militante do Movimento de Luta Pela Terra (MLT), Reginaldo Pedro da Silva, foi executado com 20 tiros, dentro de um dos chalés de um hotel ocupado em Maragogi, no Litoral norte de Alagoas.
A companheira do trabalhador, Maria de Lourdes Silva, foi atingida com um tiro na perna e recebeu atendimento  no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió,  que não tinha sequer equipamento para a retirada da bala.
Régis, como era conhecido o sem-teto, e sua companheira foram surpreendidos dentro do chalé enquanto jantavam.
Segundo testemunhas, dois homens armados invadiram o local e efetuaram os disparos. “Foi um tiro mais forte, como de espingarda calibre 12, e outros tiros em sequência; acredito que de pistola. Eu só ouvi, não vi nada. Quando cheguei à casa dele, já estava morto, estirado”, afirmou o coordenador regional do MLT, Luiz de França.
D acordo com o MLT, em duas outras oportunidades houve disprados de arma de fogo, sem vítimas.  Os coordenado do movimento revelam que as ameaças são constantes, inclusive,  quatro jagunços passaram a residir em casas em frente à ocupação.
O hotel inutilizado há 20 anos, foi ocupado pelo MLT no dia 08 de abril. Os chalés inacabados foram ocupados por cerca de 600 famílias.
A instalação fica à margem da AL-101 Norte e pertence a um empresário italiano que mora em Recife (PE). Em dezembro do ano passado, o mesmo imóvel foi ocupado, mas, um mês depois,  tiveram de deixar a área por força de um mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz da Comarca, Carlos Aley.
“Lutamos pelas reformas agrária e urbana. São 20 anos com essa estrutura parada, por isso decidimos ocupar o hotel e cobrar a construção de casas para o povo”, declarou líder rural.
A ocupação preocupa o setor hoteleiro. A área ocupada é vizinha do terceiro maior hotel existente no município, considerado o segundo maior destino turístico do Estado. O coordenador  do MLT, Severino da Silva, o “Índio”, informou que as famílias que ocupam o hotel inacabado são provenientes de áreas periféricas como a favela do Risca Faca, Maruim e dos distritos de São Bento e Barra Grande.
“O déficit habitacional em Maragogi é enorme. Vamos criar uma comissão e iniciar as negociações com os governos estadual e municipal”, informou Índio.

Portal CTB com MLT

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