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PCdoB começa a debater projeto de 2014 no Ceará



Os membros da Comissão Política do PCdoB no Ceará participaram, no último domingo (03/02), da primeira reunião do ano. Na pauta do encontro, as ações de 2013 como preparação para o projeto eleitoral de 2014 no contexto do 13º Congresso Nacional do Partido.


Carlos Augusto Diógenes (Patinhas), presidente do PCdoB-CE, fez um balanço político nacional para contextualizar o cenário em que o país se encontra. “A previsão para 2013 é um momento de maior embate político entre as forças que apoiam o Governo e as de oposição, formadas basicamente pelo PSDB, DEM e PPS. Essas legendas perderam espaço nas últimas eleições municipais e, em conjunto, contabilizaram cerca de 30 milhões de votos a menos que nas eleições de 2008”.

Patinhas considera que a oposição “parte para o desespero visando desmoralizar o ex-presidente Lula e o PT, atingindo a esquerda como um todo”. “A campanha da oposição visa criminalizar a política, nivelando por baixo, como sendo uma atividade marginal, a ser rejeitada pela sociedade. Some-se a isso a tentativa de judiciliazação da luta política. Neste movimento ganhou destaque a espetacularização da mídia em relação ao julgamento do Mensalão, em pleno período eleitoral. A pressão da mídia sobre o STF levou a decisões questionáveis do ponto de vista jurídico”, exemplificou.

A campanha ofensiva da direita busca também atingir a presidenta Dilma “no momento em que ela começa a realizar mudanças na política econômica”. Carlos Augusto cita a queda nas taxas de juros, na tarifa de energia, o crescimento do país com a geração de emprego em pleno cenário de crise mundial. “2014 será um ano especial, pois o eleitor fará o julgamento, nas urnas, dos 12 anos de gestão de Lula e Dilma. Enquanto isso, qual o projeto que a oposição tem para o país? Apenas jogam com o desgaste do Governo e buscam reeditar o projeto neoliberal da era de Fernando Henrique Cardoso”.

Diante deste cenário, Patinhas reforça a importância de manter o bloco de apoio a Dilma unido. “O PCdoB tem a visão clara, apesar de entender que ainda existem limitações do atual Governo, de que buscaremos a continuidade deste processo e faremos todos os esforços para manter a unidade em torno de Dilma, dos partidos aliados, principalmente PT, PSB, PDT, PCdoB e PMDB. Evidentemente nos Estados poderá haver divisões nesse bloco, mas o importante é manter esta frente unida nacionalmente. Dividir este bloco partidário na disputa presidencial é estratégia da oposição visando um segundo turno”, considera. O dirigente comunista cita o “apoio” da mídia na criação de um novo partido político por Marina Silva e ainda a tentativa de impulsionar uma candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Preparativos para 2014

Carlos Augusto informa que, no plano nacional, o PCdoB tem o objetivo de aumentar a bancada de deputados estaduais e atingir a casa dos 20 deputados federais . “Em se tratando de candidaturas majoritárias, deveremos lançar o nome de Flávio Dino na disputa pelo Governo do Estado no Maranhão. No Senado, é natural buscarmos a reeleição de Inácio Arruda, aqui no Ceará, e possivelmente uma disputa no Acre, com a atual deputada federal Perpétua Almeida. Evidentemente podem aparecer outras candidaturas, mas nosso foco principal é ampliar nosso número de deputados federais e estaduais”, ratifica.

Ceará

Além do processo de construção do 13º Congresso, os membros da comissão política do PCdoB iniciaram as discussões para o projeto eleitoral de 2014. “No Ceará, iremos buscar dar prosseguimento ao projeto liderado pelo PSB, com o governador Cid Gomes. Apesar das dificuldades, com ano de seca, o Governo aposta no desenvolvimento do Estado, batalha no sentido de montar uma infraestrutura e mantém uma administração avançada nas áreas da saúde e da educação”, considera.

Além disso, afirma Carlos Augusto, o PCdoB no Ceará buscará reeleger os dois deputados federais – Chico Lopes e João Ananias – além do senador. “No caso de Inácio Arruda, importante liderança nacional, dialogaremos com os demais partidos da base aliada visando a vaga do Senado ocupada por nós. Esta será uma importante batalha”.

Na disputa para a Assembleia Legislativa, o PCdoB deverá sair com chapa própria. “Trabalharemos para eleger três deputados estaduais. Além de Lula Morais, que está em seu segundo mandato, apresentaremos nomes de lideranças em vários municípios e regiões do Estado. Já estamos discutindo nomes, analisando quem tem condições de ser candidato no sentido de compor uma chapa forte”, pondera Patinhas.

Bandeiras unificadas

Mas 2013, além do processo de construção do 13º Congresso do Partido e a preparação para as eleições de 2014, o PCdoB no Ceará também irá focar na frente dos movimentos sociais. “Queremos reforçar a ação integrada das diversas frentes dos movimentos sociais no Estado, unificando bandeiras que perpassem por cada uma delas, como a defesa da redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário”, cita Patinhas.

O dirigente reforça a necessidade de fortalecer a CTB e buscar que ela seja elo de articulação com as demais centrais sindicais. “Temos datas importantes como o 8 de março e o 1º de maio, quando podemos realizar atividades conjuntas”. A Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza também é vista por Carlos Augusto como estratégica. “Nossa intenção é aglutinar essas entidades e estabelecer um plano de luta local, com bandeiras unificadas”, projeta.

Trabalho conjunto

2013 será um ano de grande movimentação partidária. Ao mesmo tempo em que inicia a preparação para as eleições do próximo ano, o PCdoB trabalha a realização do seu 13º Congresso. “Este é um ano de revigoramento das fileiras partidárias. Realizaremos um debate teórico e político nacional durante o processo do congresso e, ao mesmo tempo, montaremos o nosso projeto para 2014”.

No Ceará, os encontros começarão em junho, com a realização das assembleias de base e conferências municipais. A etapa cearense do Congresso será em outubro e o encontro nacional em novembro. “Entendemos este processo dentro de um esforço de acumulação de forças do Partido nas três frentes de atuação: institucional e eleitoral; dos movimentos sociais e na luta de ideias visando um plano de 10 anos. Queremos chegar em 2022, no ano do centenário do Partido, com uma legenda de porte médio, consolidada no Ceará, nos comitês municipais, com centenas de bases partidárias e exercendo grande influência política e de massas”, projeta Patinhas.

O dirigente reforça que a pauta do Congresso será a avaliação dos 10 anos do ciclo Lula-Dilma. “Iremos analisar os avanços, obstáculos, deficiências e também avaliar o nosso projeto político para o Brasil, aprovado no 12º Congresso, quando ratificamos a importância da construção de um projeto nacional de desenvolvimento que possibilite a realização de reformas criando mudanças nas correlações de forças numa perspectiva de transição para a sociedade socialista”, explica.

A política de quadros é outro ponto que será abordado durante o processo do Congresso. “Nosso objetivo é a construção de um Partido Comunista a altura de enfrentar os desafios do momento. Visamos a formação e organização dos militantes mais ativos do Partido, desde o Comitê Central até as bases, buscando a construção de um Partido forte, influente, moderno, avançado e com condições de responder aos novos desafios”, reforça Patinhas.

Realidades locais

Durante o processo de revolvimento do Partido, Carlos Augusto considera importante a análise teórica da evolução do quadro político brasileiro extraindo lições e diretrizes para o futuro. “Com isso, iremos avançar na construção de um Partido contemporâneo, examinando a nossa prática concreta com a riqueza de cada localidade. Cada organismo do Partido vai participar desse debate teórico à luz da sua experiência concreta. Nossa discussão não ficará no geral, mas associada à realidade de cada organismo. O primeiro passo para um projeto vitorioso em 2014 é discuti-lo democraticamente com o conjunto partidário, ouvindo as bases do partido”. Em 2012, os comitês municipais do PCdoB tiveram grande papel na disputa. Eles foram os protagonistas, definiram alianças, candidaturas, conduziram a campanha sob orientação dos comitês estadual e central. Sem dúvidas, uma rica experiência que devemos valorizar, reitera.

Atividades partidárias

Patinhas reforça ainda a necessidade de que os militantes, em todas as cidades cearenses onde o PCdoB está organizado, participem do Curso do Programa Socialista. “Iremos realizar uma ofensiva, até maio, para transmitir este curso em todos os comitês municipais. O curso será a prévia do debate que teremos nas etapas do Congresso”. O Partido também irá realizar uma campanha de filiação para trazer novos quadros para a legenda. “Queremos abrir o Partido para a adesão de lideranças respeitadas nos municípios que possam contribuir com o nosso projeto”.

De acordo com o dirigente comunista, o 13º Congresso será uma oportunidade de discutir, do ponto de vista teórico, os rumos do Brasil. “Além disso, debateremos o projeto eleitoral para 2014, a inserção de massa nos movimentos sociais, a ligação com o povo em cada região examinando os nossos diversos instrumentos. É um processo de ampla democracia interna partidária, de debate nacional, onde qualquer filiado tem o direito de expressar sua opinião, exercer seu direito de votar e ser votado, opinar, além de participar da eleição secreta em todos os organismos do partido procurando eleger novas direções, sempre obedecendo aos critérios de renovação e alternância nas funções de cada órgão dirigente”.

Ícones comunistas

Também em 2013 estão previstos os lançamentos, no Ceará, das biografias de grandes ícones comunistas. Em abril serão lançados os livros sobre João Amazonas, "Meu Verbo é Lutar", de Augusto Buonicore, e Mauricio Grabois, "Uma vida de Combates", de Osvaldo Bertolino. Em maio será lançado o livro "Meu Companheiro - 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes", de Maria Prestes, viúva do Cavaleiro da Esperança. “Eles foram lideranças importantes da história do movimento comunista no Brasil. Os lançamentos dos livros serão atos políticos que contribuirão para que a militância veja como o nosso partido tem formado quadros revolucionários nacionais”.

De Fortaleza,
Carolina Campos

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